segunda-feira, 18 de maio de 2015

Hot Club de Piracicaba abre programação do Palco 1

Foto: Antonio Trivelin

O Hot Club de Piracicaba abre a programação do Palco Externo 1 do Engenho Central na Virada Cultural Paulista na cidade. A banda se apresenta no dia 23 de maio, sábado, a partir das 19h30. A entrada é gratuita.

Fernando Seifarth (guitarrista do grupo piracicabano Falando da Vida), Marcos Monaco e Cidão Lima (respectivamente, clarinetista e baterista da Traditional Jazz Band), fundaram, em 2008, o Hot Club de Piracicaba. Embora tenham outras profissões, são músicos desde crianças e amantes do jazz e da música em geral. 

Não se trata propriamente de um clube com associados, mas de um conjunto de jazz, sem integrante fixos, com participação da amigos e convidados, para o tocar o “azz manouche, inspirado na música de Django Reinhardt e com elementos do jazz tradicional, do country americano, do blues e da música brasileira. 

O Hot Club gravou o CD Jazz a La Django, inspirado em Django Reinhardt, produzido pela Traditional Jazz Band Empreendimentos Artísticos Ltda, sem fins lucrativos e com finalidade beneficente, com a participação dos próprios músicos da Traditional Jazz Band, do guitarrista José Augusto Barrichello, dos músicos integrantes do conjunto piracicabano Falando da Vida: Ely (trompete e fluguelhorn), Luis Fernando Dutra (violino), Maria Graziela Krug (flauta), Paulo Bandel (violoncelo) e Roggero Chiarinelli (bateria), e também de Arcádio Minczuk, oboísta da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). 

O grupo gravou ainda, em formação de quinteto, o CD O Quinteto do Hot Clu de Piracicaba. Há um CD novo já gravado, com lançamento previsto para o final deste ano. O grupo participou de inúmeras apresentações em Piracicaba, nos teatros, no Sesi, nos Festivais de jazz manouche e também no Bourbon Street, em São Paulo. Atualmente, tem se apresentado em forma de quarteto, com convidados em todos shows. No show da Virada em Piracicaba, a participação especial fica por conta de Gigliadi Ricther Santos da Silva (bateria), Bina Coquet (violão) e Pa Moreno (vocal).

Porque o nome Hot Club?
Pedro Cardoso, que elaborou o texto do encarte do CD Jazz a la Django, explica. Hot Club de France e os Hot Club: Idealizado por Hughes Panassie (crítico) e Charles Delaunay (discógrafo), o Hot Club de France foi fundado em 1932, após muitas ideias de constituição, discussões, reuniões, debates e encontros. Como presidente de honra foi escolhido Louis Armstrong. Em apresentação no dia 2 de dezembro de 1934, o quinteto de cordas formado por Django Reinhardt (guitarra solo), Stéphane Grappelli (violino), Roger Chaput e Joseph Reinhardt (guitarras) e Louis Vola (contrabaixo e líder), obteve extraordinário sucesso no Hot Club de France e foi batizado como o Quinteto do Hot Club de France (QHCF). Essa formação terminou em 1939 em função da 2ª Guerra Mundial, ocasião em que Django e Grappelli excursionavam em Londres; Grappelli ali permaneceu, enquanto Django retornou a Paris. Em 1940, Django remontou o Quinteto, com o então jovem clarinetista Hubert Rostaing substituindo Grappelli; o Quinteto gravou o eterno clássico Nuages, de Django, em outubro desse ano.

A herança do Hot Club de France tornou-se universal e os Hot Club espalham-se pelo mundo, seja como “combos” (pequenos conjuntos), seja como “clubes” onde a clientela desfruta de Jazz. Eles são encontrados na Noruega, em Detroit, São Francisco, Sandwich, Cowtown, Las Vegas, Montevidéu, Berlim, Suécia, Hungria, Argentina (Boedo e Rosário) e em Portugal (fundado em 19 de março de 1948 e, portanto, já com 60 anos). As formações musicais variam de quantidade de músicos (quintetos, sextetos) mas seguem a linha da tradição Manouche, o Gypsy Jazz, que tem Django Reinhardt como criador, inspirador. 

O Jazz Manouche (expressão francesa que indica o Jazz Cigano, cigano como a origem de Django Reinhardt) ou Gypsy Jazz é originado exatamente a partir de música de Django.

SERVIÇO - Show do Hot Club de Piracicaba, no sábado, 23, às 19h30, no Palco Externo 1 do Engenho Central (avenida Maurice Allain, 454). Entrada gratuita.

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