Baião,
MPB, forró, muita música nordestina e arrasta-pé. A atração das 22h30 de sábado (19), no palco
principal do Engenho Central, na Virada Cultural Paulista 2012 em Piracicaba é
uma grande oportunidade para quem ainda não conhece se surpreender como
trabalho de Daniel Gonzaga. Neto de Luiz Gonzaga e filho de Gonzaguinha (Luiz
Gonzaga Junior), este carioca nascido na Tijuca traz no DNA as influências
musicais familiares enriquecidas com seu etilo próprio de compor e executar
grandes nomes da música nacional.
A
apresentação tem tom de festa, pois este ano a música brasileira comemora os
100 anos de nascimento do Rei do Baião, eternizado por diversas declarações de
amor á sua terra natal, Pernambuco e sempre lembrado pelas inspirações de Asa
Branca e Luar do Sertão. No repertório construído para homenagear o avô, Daniel
Gonzaga estão garantidos estes clássicos e ainda se deliciar com outras grandes
composições que foram sucesso na voz de Luiz Gonzaga ou de outros grandes nomes
da MPB, como O Xote das Meninas como Pobreza por Pobreza e Festa. O Neto do
Baião ainda mostra composições próprias como Redoma, Nascimento e Monotonia.
Daniel
Gonzaga, como o pai e avô, traz muita energia para palco, trazendo as
influências nas letras e ritmos que ele consegue fundir criando seu estilo
próprio. Um estilo que tem objetivo, levar a quem não conhece o trabalho dos
mestres a importância de suas histórias para a construção arte no país.
Fundindo xote e o blues, ele criou um jeito único de tocar o baião, sem
acordeão o que, dizem os críticos, seria sua fórmula perfeita para trazer os
ritmos do norte e nordeste para o sul do país.
DISCOGRAFIA
Daniel Gonzaga gravou o seu
primeiro disco Sob o Sol em 1996, pela gravadora Velas, onde dois anos depois
lançou o segundo trabalho, Os Passos na Paralela. Um disco de arranjos simples
e acústicos, sua primeira experiência em produção musical. “O encontro da
sonoridade da madeira. O encontro do caminho que sigo até hoje”, definiu Daniel
sobre seu trabalho.
Em
2002 participa da série Um Banquinho, Um violão em homenagem ao seu avô, como
Baião sem sanfona. Totalmente feito em instrumento de cordas, o trabalho é a
re-harmonização dos clássicos e a transposição do universo da sanfona para um
violão influenciado pelo blues.
Em
2004, num disco que definiu como "denso e quase acústico” traz em Areia, a
mistura o xote e o blues em composições próprias.
2011
foi o ano de lançamento da sua produção independente, Pedaços Q Contam 1
História – Pedaços Q fogem do Assunto. O CD foi fruto de seis meses de estúdio
com a participação de Cássio Cunha, João Gaspar, Marcos Trança, Clevinho, Bruno
Aguillar, Christiano Galvão, Yuri Villar, Waltinho Villaça, Pedro Moraez, Beto
Hortiz além das participações além de especiais de Trio Nordestino, Edu Lobo,
Ivan Lins, Carlos Malta, Geraldo Azevedo, Bernardo Lobo, Fernanda e Amora
Gonzaga, Lui Coimbra.
Os
arranjos são de autoria de Daniel em sua primeira incursão na gravação e
edição. Em 17 faixas pode-se ver a mistura do rural com o urbano numa
experiência que não se preocupa com a evolução dos ritmos pelas faixas. “Ora
explode com banda completa, ora fica na base do violão e voz”, explica. Segundo
Daniel, não existe uma história específica ou roteiro, assim como tudo foge do
assunto o tempo todo. “A música seguinte é sempre uma surpresa e contrasta com
a anterior. Quais pedaços contam uma história, quais pedaços fogem do assunto?”
propõe.
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