sábado, 19 de maio de 2012

DNA de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha no palco principal do Engenho


Baião, MPB, forró, muita música nordestina e arrasta-pé. A atração das 22h30 de sábado (19), no palco principal do Engenho Central, na Virada Cultural Paulista 2012 em Piracicaba é uma grande oportunidade para quem ainda não conhece se surpreender como trabalho de Daniel Gonzaga. Neto de Luiz Gonzaga e filho de Gonzaguinha (Luiz Gonzaga Junior), este carioca nascido na Tijuca traz no DNA as influências musicais familiares enriquecidas com seu etilo próprio de compor e executar grandes nomes da música nacional.

A apresentação tem tom de festa, pois este ano a música brasileira comemora os 100 anos de nascimento do Rei do Baião, eternizado por diversas declarações de amor á sua terra natal, Pernambuco e sempre lembrado pelas inspirações de Asa Branca e Luar do Sertão. No repertório construído para homenagear o avô, Daniel Gonzaga estão garantidos estes clássicos e ainda se deliciar com outras grandes composições que foram sucesso na voz de Luiz Gonzaga ou de outros grandes nomes da MPB, como O Xote das Meninas como Pobreza por Pobreza e Festa. O Neto do Baião ainda mostra composições próprias como Redoma, Nascimento e Monotonia.

Daniel Gonzaga, como o pai e avô, traz muita energia para palco, trazendo as influências nas letras e ritmos que ele consegue fundir criando seu estilo próprio. Um estilo que tem objetivo, levar a quem não conhece o trabalho dos mestres a importância de suas histórias para a construção arte no país. Fundindo xote e o blues, ele criou um jeito único de tocar o baião, sem acordeão o que, dizem os críticos, seria sua fórmula perfeita para trazer os ritmos do norte e nordeste para o sul do país.

DISCOGRAFIA

Daniel Gonzaga gravou o seu primeiro disco Sob o Sol em 1996, pela gravadora Velas, onde dois anos depois lançou o segundo trabalho, Os Passos na Paralela. Um disco de arranjos simples e acústicos, sua primeira experiência em produção musical. “O encontro da sonoridade da madeira. O encontro do caminho que sigo até hoje”, definiu Daniel sobre seu trabalho.

Em 2002 participa da série Um Banquinho, Um violão em homenagem ao seu avô, como Baião sem sanfona. Totalmente feito em instrumento de cordas, o trabalho é a re-harmonização dos clássicos e a transposição do universo da sanfona para um violão influenciado pelo blues.

Em 2004, num disco que definiu como "denso e quase acústico” traz em Areia, a mistura o xote e o blues em composições próprias.

2011 foi o ano de lançamento da sua produção independente, Pedaços Q Contam 1 História – Pedaços Q fogem do Assunto. O CD foi fruto de seis meses de estúdio com a participação de Cássio Cunha, João Gaspar, Marcos Trança, Clevinho, Bruno Aguillar, Christiano Galvão, Yuri Villar, Waltinho Villaça, Pedro Moraez, Beto Hortiz além das participações além de especiais de Trio Nordestino, Edu Lobo, Ivan Lins, Carlos Malta, Geraldo Azevedo, Bernardo Lobo, Fernanda e Amora Gonzaga, Lui Coimbra.

Os arranjos são de autoria de Daniel em sua primeira incursão na gravação e edição. Em 17 faixas pode-se ver a mistura do rural com o urbano numa experiência que não se preocupa com a evolução dos ritmos pelas faixas. “Ora explode com banda completa, ora fica na base do violão e voz”, explica. Segundo Daniel, não existe uma história específica ou roteiro, assim como tudo foge do assunto o tempo todo. “A música seguinte é sempre uma surpresa e contrasta com a anterior. Quais pedaços contam uma história, quais pedaços fogem do assunto?” propõe.

Em Piracicaba, a Virada Cultural Paulista é realizada pela Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac) e tem como apoiadores culturais a Schincariol, o Sal e Grill Churrascaria e o Café Morro Grande. 

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