A herança é evidente. Mas o talento que Martin’ália recebeu do pai, senão o maior com certeza um dos maiores nomes do samba, Martinho da Vila, extrapola a hereditariedade. Ela é única e sua trajetória comprava que essa carioca malandra soube aprender, mas também veio para ensinar. E ensinar não só ao Brasil, mas ao mundo, de que o samba é sim coisa nossa. Martin’ália fecha a Virada Cultural Paulista em Piracicaba, apresentando-se no palco principal do Engenho Central no domingo (20), às 18h.
Este será o primeiro show da cantora após o lançamento oficial de seu novo CD, Não Tente Compreender, que ela apresentou em 12 de maio no Vivo Rio, Zona Sul do Rio. Mais ‘pop’ e mais ‘rock’, o álbum é dirigido e produzido por Djavan, conta com canções inéditas de Gilberto Gil, Nando Reis, Caetano Veloso e Paulinho Moska, entre outros.
Mart'nália nasceu no samba e no samba se criou. Nasceu entre as rodas de samba de Vila Isabel e não teve como, apaixonou-se pela sonoridade e aprendeu na malícia do cantar do pai como também cumpriria sua parte para que não deixasse o samba morrer. Aprendeu a sambar, cantar, tocar violão e pandeiro e foi para os palcos, ainda sem o compromisso ou a intenção de firmar-se como profissional. Deu-se ao luxo de gravar, por brincadeira, dois CDs. Isso lá pelos anos 80 e 90: Mart´nália, 1985 e, dez anos depois, Minha Cara.
Em 2002 a conversa extrapolou os botequins da Vila e seu terceiro álbum, Pé do meu Samba marcou o início da carreira profissional. E começou falando em sério, com a direção de nada mais nada menos que por Caetano Veloso. Então o destino foi a estrada, registrada em CD e DVD, no Mart´nália ao Vivo, lançado em 2004. Neste, ela assina a produção musical e tem as participações de Caetano, Celso Fonseca, Djavan, Martinho da Vila, Moska e Zélia Duncan.
O sucesso lhe faz alçar vôos mais audaciosos, em 2006, lança para o Brasil e Europa Menino do Rio, seu quinto CD, lançado pelo selo Quitanda, de Maria Bethânia, que aliás assinou a direção artística e cantou. Nele assume as primeiras colocações como hit Cabide, de autoria de Ana Carolina. Em seguida, no próximo trabalho, leva a indicação ao Grammy Latino, como o melhor cd de samba em “Mart’nália em Berlim”.
Em 2008 lança Madrugada, com direção artística de Marcia Alvarez e arranjos de Arthur Maia e Celso Fonseca. Emplaca outro sucesso, dessa vez na abertura da Novela “Três irmãs” da Rede Globo dirigida por Dennis Carvalho com a musica Don’t worry, be happy!.
O sucesso a levou para todos os cantos do mundo, como China, Alemanha, Portugal, África, que deu título a um de seus CDs.
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